A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) congratulou-se esta quinta-feira com a inclusão de veículos até 1,30 metros e peso bruto até 2300 quilogramas na classe 1 das portagens das autoestradas, considerando que a mudança vai acabar com a “discriminação” no sector. Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, considerou já que esta decisão tomada pelo governo em Conselho de Ministros “no imediato, resolve as distorções que há no mercado e resolve também os constrangimentos para a indústria automóvel em Portugal.”

Sem querer apontar desde já para as influências que esta medida governamental possa ter em termos de vendas no sector automóvel, Hélder Pedro preferiu falar em justiça no momento em que de São Bento o governo de António Costa determinou que os veículos que pagam menos portagem passam a incluir os que têm peso bruto inferior ou igual a 2.300 quilogramas e altura ao primeiro eixo até 1,30 metros, “vem pôr fim a uma discriminação” que existia no setor.

“Achamos que não vai aumentar as vendas, vai é criar maior justiça, porque havia modelos que não se vendiam por este critério e, assim, todos têm hipótese de estar no mercado, é isso que defendemos, a equidade do mercado”, justificou Hélder Pedro para quem, depois de uma fase em que as pessoas “escolhiam os modelos que não pagassem classe 2” caso quisessem andar em autoestradas, haverá agora “uma elasticidade na procura.”

Em causa está, assim, “uma escolha mais diversificada de modelos”, bem como um maior tráfego nas autoestradas, o que, consequentemente, “aumenta as receitas também”, apontou. Além disso, de acordo com secretário-geral da ACAP, o decreto-lei hoje aprovado vem adaptar-se à evolução do setor, já que a definição de classes anterior não tinha “em conta a nova realidade do mercado”.

O ajuste das classes vinha a ser reivindicado pelo setor, nomeadamente, pelo grupo PSA, que tem uma fábrica em Mangualde e tinha referido que o investimento em Portugal poderia estar em causa caso se mantivesse o modelo de pagamento das portagens anexado à altura dos veículos. Com o modelo atual de portagens, a nova viatura fabricada em Mangualde, por ter mais de 1,10 metros de altura, deveria ser incluída na classe 2 e agora será classe 1.

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