A quarta prova do Campeonato do Mundo de MotoGP, que decorreu no último fim-de-semana em Jerez de La Frontera, Espanha, foi claramente marcada pelo azar de Miguel Oliveira, curiosamente depois de um início promissor com a passagem direta à Q2, ele que mostrou um forte andamento ao longo das sessões realizadas e um muito bom e promissor resultado na sprint race de sábado, com um quinto lugar final nessa prova. No domingo, porém, o dia de corrida, o piloto português, perante uma casa cheia de espectadores, voltou a ser derrubado numa colisão com outros pilotos, resultando em queda e lesão e consequente impossibilidade de competir do GP de Espanha.

Depois de uma sexta-feira marcada pelas habituais sessões de treinos (P1 e P2), Miguel Oliveira mostrou o seu andamento consistente durante a manhã, mas uma questão técnica na última volta fez com que acabasse por terminar a “Practice 1” em P13. Com temperaturas a subir para a “Practice 2”, o português conseguiu progredir substancialmente o seu tempo em 0,677 segundos, para se fixar em P7 na tabela de tempos combinados do dia, e assim assegurar a entrada direta para a Q2 no dia seguinte, sábado.

"O primeiro treino foi um pouco dececionante no final, porque tivemos um pequeno problema com o travão dianteiro e não conseguimos fazer o “time attack” no final. Sabíamos que era uma boa oportunidade, em termos de temperatura e condições de vento, para atacar, mas não foi o ideal. No entanto, tirámos o máximo proveito do segundo treino, fizemos um bom trabalho e todas as Aprilia foram muito competitivas. (…) Sempre seguimos o nosso caminho, mas é bom quando temos um desempenho muito próximo dos colegas de fábrica no Q2", referiu Miguel Oliveira.

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Sábado começou promissor para o “Falcão”

O sábado foi forte e, de alguma forma, espetacular para a Cryptodata RNF MotoGP Team. Miguel Oliveira demonstrou a sua mestria e velocidade em pista em mais uma sessão de treinos livres, tendo liderado em P1 a folha de tempos. Aquando da Qualificação, começou a chover, mas o piloto da Charneca de Caparica, que saiu com slicks para o traçado, experimentou sensações mistas e conseguiu a 7ª melhor volta rápida da sessão, a apenas 0,138 segundos da 1ª linha da grelha de partida.

Já a Sprint Race teve lugar debaixo de temperaturas de Verão em solo espanhol. No entanto, algumas colisões na primeira volta fizeram com que a corrida – originalmente agendada com 12 voltas -, tivesse de recomeçar, desta feita com 11 voltas. No arranque para a Sprint Race, Oliveira saiu do lugar da frente da terceira linha da ‘grid’ e conseguiu um extraordinário arranque. Depois, com o recomeço da corrida, Miguel estava já em 6º lugar ao fim da 1ª volta e manteve o seu andamento, lutando contra o seu colega da Aprilia, Aleix Espargaró, até que o espanhol caiu à 6ª volta. O piloto de Almada conseguiu então ultrapassar para 5º com apenas 5 voltas para o final e defendeu-se das tentativas de ultrapassagem por parte de Dani Pedrosa até à passagem pela bandeira axadrezada. Conseguiu assim 5 pontos pelo P5 na Sprint Race.

"Foi uma corrida difícil. Senti que quando a corrida foi reiniciada, não trocámos o pneu e isso pode ter-nos comprometido um pouco na opção de fazer um resultado melhor. Foi difícil gerir a frente da moto. Não tive a melhor sensação e a melhor aderência do lado esquerdo da traseira para ser tão competitivo quanto os outros pilotos à minha frente. Mas tivemos essa informação para melhorar para a corrida longa", afirmou o piloto português da Cryptodata RNF MotoGP Team.

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Azar voltou a fazer cair Miguel Oliveira

Praticamente esgotado no dia de domingo, o Circuito Angél Nieto teve casa cheia de espectadores entusiasmados e à espera de testemunhar ‘em pessoa’ as equipas e pilotos na corrida de domingo, prevista acontecer com 25 voltas, ao longo dos 4,420km de traçado. Mas, um novo episódio de abalroamento, ainda na 1ª volta, ditou o tom inesperado para o resto da corrida.

Tendo lugar marcado na grelha de partida em P7, Miguel Oliveira teve um bom arranque, mas foi infelizmente afastado na 1ª volta. A sua corrida teve um desfecho abrupto na curva 2, depois de uma colisão com vários pilotos. A corrida foi marcada pela bandeira vermelha e Oliveira foi imediatamente levado para o centro médico, onde foi revelado que tinha deslocado o seu ombro esquerdo. Mais tarde, já no Hospital local de Jerez de La Frontera, foi comprovada também uma fratura neste ponto.

“Este início de ano é de longe aquele que idealizei. Hoje a ‘sorte’ bateu à porta outra vez e como resultado desloquei o ombro. Efetuarei mais exames para entender a extensão da lesão. Fé e paciência na recuperação e olhar em frente”, comentou Miguel Oliveira no final do dia de domingo, deixando também um agradecimento a todos os fãs, pelo apoio manifestado.

Nos próximos dias serão relevados mais detalhes da sua progressão clínica e possibilidade de ser considerado apto para o próximo GP em Le Mans, França, a 5ª jornada do Campeonato do Mundo de MotoGP, que acontece entre 12 a 14 de maio.

JR/LusoMotores
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