Apresentado ao mundo em Março de 2016 no Salão de Genebra, o Opel Mokka X foi lançado em Portugal em Outubro desse ano mas rapidamente “desapareceu”, sendo agora “recuperado” pela Opel a reboque da nova legislação relativa às classes de portagens nas auto-estradas. Penalizado inicialmente pela legislação que então determinava a classificação do Opel Mokka nas portagens das nossas auto-estradas como um veículos de Classe 2, o que atirava este pequeno SUV germânico, tido por muitos como um Opel Corsa mais musculado, para fora das opções do mercado, a Opel precisou de esperar pela entrada em vigor da nova legislação que permite aos modelos até 1,30m à vertical do eixo dianteiro serem taxados como Classe 1 (desde que possuidores do identificador de Via Verde).

Com a entrada em vigor da nova lei, o Mokka X pode agora ter o seu espaço próprio, algo que levou a marca a relançar o modelo no passado mês de Outubro como uma proposta para o segmento SUV-B, desta feita com tudo para vingar e garantir uma boa afirmação no mercado, como aliás pudemos confirmar.

Possuidor de um design exterior atraente e com um habitáculo refinado, com os seus motores a cumprirem a futura norma Euro 6d-TEMP, possuidor de mais tecnologia a bordo, nomeadamente ao surgir equipado com faróis AFL de LED, com a câmara dianteira Opel Eye e um sistema de infoentretenimento compatível com os cada vez mais incontornáveis sistemas Apple CarPlay e Android Auto, o Opel Mokka X, embora pequeno em comprimento (apenas 4,28 metros), assenta numa base de enorme popularidade, surgindo com a capacidade de abrir caminho para a série X da Opel onde aparecem mais dois modelos, nomeadamente o Crossland e, mais recentemente, o Grandland.

Em face do relançamento deste modelo no mercado nacional, que agora tem todas as condições para lhe permitir uma boa carreira comercial face à crescente preferência dos portugueses pelos SUV, quisemos sentar-nos ao volante do Opel Mokka X e avaliar o seu comportamento dinâmico, face à curiosidade de sabermos de seria tão agradável quanto é o design robusto, ousado e refinado do Opel Mokka X. A grelha dianteira horizontal em formato de “asa” e a assinatura marcante de “asa dupla”, assumida pelas luzes diurnas integradas nos faróis dianteiros, alinham pela identidade de imagem da marca dando conta de uma aparência de postura larga e de solidez. O mesmo, aliás, sucede na traseira, nomeadamente com grupos óticos que também exibem um efeito de luz de dupla “asa” na versão com LED, tudo isto a contribuir para um porte atlético de um modelo que permite uma posição de condução mais elevada que combina com essa imagem sem dúvida adequada ao tráfego nas selvas urbanas.

Essa posição de condução mais elevada, aliás, começa por ser um dos primeiros pontos que impressionam pela positiva no habitáculo, onde damos conta de um tabliê organizado em secções horizontais, primando em simplicidade mas ainda assim com sofisticação. Na zona central destaca-se um grande ecrã táctil onde é possível tirar o melhor partido do sistema IntelliLink de infoentretenimento, mas onde podemos controlar várias funções.

Na unidade testada, para um preço de venda ao público de 31.250 euros, encontrámos algum equipamento opcional como o fecho e ignição sem chave “Open & Start” por mais 375 euros, as jantes de 18 polegadas com um custo de 200 euros, a câmara traseira por 350 euros e a pintura metalizada que significa na compra do veículo qualquer coisa como 550 euros. Algumas curiosidades que retiramos da ficha técnica relativa a este modelo resultam ainda do custo anunciado para a primeira revisão feita pela marca no montante de 130 euros (mais IVA).

Em resumo, para além de ter ficado claro com o relançamento deste modelo que a legislação relativa às classes nas portagens era completamente idiota estando agora, finalmente, senão correcta pelo menos bem menos idiota, ficou também a convicção de estarmos perante um modelo com tudo para vingar no seu segmento, nomeadamente se pensarmos que chega ao mercado com preços ligeiramente acima dos 24 mil euros se tivermos em conta motorizações a gasolina, ou nos 27.230 euros para o Mokka X equipado com o motor 1.6 CDTi de 100 CV de potência. Do ensaio por nós realizado, e porque a unidade em questão não estava dotada de identificador de Via Verde, ficou o “amargo de boca” de termos de que pagar os valores da Classe 2 nas portagens. Afinal, o Mokka X é agora Classe 1... mas só quando “identificado”.

texto: Jorge Reis
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