Ao realizar um testdrive ao volante do Suzuki ACross Plug-In Hybrid para o LusoMotores, fiquei desde logo impressionado com a combinação de desempenho robusto e conforto nos diversos pisos, mesmo nos menos recomendáveis, que o veículo permitiu.

Em termos práticos estamos a analisar o Suzuki ACross capaz de superar os limites de um veículo elétrico mas também de mero um SUV compacto, isto porque esta proposta da Suzuki revelou condições para se destacar no mercado por transportar características que o colocam em competição direta com outros modelos porventura até mais populares. Em termos práticos, foi possível encontrar no Across potência e eficiência alicerçada na tecnologia PHEV.

Com um design elegante e aerodinâmico, o ACross chama a atenção desde o primeiro olhar. Ao entrar no veículo, fui recebido por um interior espaçoso e bem projetado, com materiais de boa qualidade e acabamentos sofisticados. Os assentos ergonómicos proporcionaram um conforto excepcional durante todo o ensaio, mesmo em trajetos mais longos e nos tais pisos mais “manhosos”. Para estes, aliás, podemos dispor do modo Trail que permite travar as rodas que perdem tração enviando o binário para as rodas que possam dar a melhor tração ao conjunto.

Suzuki ACross Plug-In Hybrid

Ficha técnica
Motor: Híbrido de 2.5 litros
Cilindrada: 2.487 cc
Potência: 306 cv
Transmissão: Automática
Tração: Nas quatro rodas
Consumo de combustível: 1,0 l/100km
Velolcidade máxima: 180 km/h
Aceleração (0-100 km/h): 6,0 s
Dimensões
Comprimento: 4635 mm
Largura: 1855 mm
Altura: 1690 mm
Distância entre eixos: 2690 mm
Bagageira: 490 litros
Preço: 58.747 euros 

A verdade é que em termos de desempenho o ACross não decepciona. Equipado com um motor eletrificado de 2.5 litros, o veículo oferece uma aceleração suave e uma resposta rápida ao acelerador. A combinação do motor a gasolina com o motor elétrico resulta numa condução eficiente e económica, tornando-o uma opção atraente para quem busca um SUV com baixo consumo de combustível. É claro que convém que o condutor se lembre que é necessário manter as baterias carregadas sempre que possivel, isto porque a não ser assim os níveis de consumo naturalmente aumentam num modelo com um peso bruto de 2510 quilos. Em termos práticos, o motor gasolina de 2,5 litros carrega a bateria e entrega potência a elevadas velocidades. Dependendo das condições de condução, alterna entre a injeção dupla e a injeção direta para alcançar a melhor eficiência de consumo de combustível e baixas emissões.

Durante o ensaio, o ACross mostrou-se ágil e fácil de manobrar, mesmo em curvas mais fechadas. A tração nas quatro rodas proporcionou uma sensação de segurança adicional, especialmente em estradas molhadas ou escorregadias, num modelo em que também a suspensão, bem ajustada, cumpriu a sua missão ao absorver efetivamente as irregularidades da estrada, proporcionando uma experiência de condução suave e confortável.

Procurando por pontos positivos no Suzuki ACross rapidamente damos conta da eficiência energética — com o seu sistema híbrido, o ACross oferece um excelente consumo de combustível, tornando-se uma opção económica para os motoristas preocupados com o meio ambiente e com os custos de combustível —, mas também dos excelentes níveis de conforto e espaço — o interior espaçoso e bem projetado do ACross, juntamente com os assentos confortáveis, proporcionam uma experiência de condução agradável tanto para o condutor quanto para os passageiros.

É claro que não há bela sem senão, pelo que confesso que não gostei do sistema de entretenimento disponível no ecrã central. Na verdade, já é tempo da Suzuki usar um sistema mais evoluído e intuitivo, mesmo sendo certo que o ACross oferece recursos contemporâneos, como o ecrã tátil e conectividade bluetooth. Depois, a autonomia elétrica anunciada de 75 quilómetros (em termos práticos anda abaixo deste valor, embora dependa sempre das condições de condução), pode revelar-se curta, e mais ainda se comparada com alguns modelos concorrentes no mesmo segmento.

No mercado português, dois concorrentes diretos do Suzuki ACross são o Toyota C-HR e o Honda CR-V. Ambos os modelos oferecem desempenho sólido, conforto e eficiência energética semelhantes, proporcionando uma escolha interessante para os consumidores que buscam um SUV compacto.

Estamos assim perante um SUV compacto que oferece uma boa combinação de desempenho, conforto e eficiência energética, num “pacote” de qualidade em que se destaca o seu design elegante, espaço interno generoso e recursos avançados, sendo por tudo isto um modelo atraente para os consumidores que valorizam a qualidade, o conforto e a economia de combustível.

Semelhanças e diferenças com o Toyota RAV4

Os mais puristas poderão não achar grande piada ao facto deste SUV da Suzuki ser um modelo que resulta da “adaptação” de um modelo de outra marca, concretamente o Toyota RAV4. A verdade é que, sendo certo que estamos perante o resultado de uma colaboração entre as duas marcas, é importante notar que a Suzuki continua a desenvolver e produzir os seus próprios veículos, pelo que a parceria com a Toyota visa tão só aproveitar a experiência e tecnologia deste construtor para melhorar ainda mais os produtos da Suzuki, fruto do acesso a tecnologias avançadas, sendo possivel à Suzuki oferecer uma gama mais diversificada de veículos aos consumidores.

Em termos práticos, o Suzuki ACross é baseado de facto no Toyota RAV4, sendo que ambos os modelos compartilham a mesma plataforma e sistema de propulsão. No entanto, existem algumas diferenças que distinguem o ACross do RAV4, desde logo no design, com o ACross a apresentar uma aparência externa exclusiva, com uma grelha dianteira distinta e elementos de estilo únicos. O ACross surge ainda equipado com detalhes de design exclusivos, como faróis e luzes traseiras de LED, que contribuem para uma assinatura luminosa própria resultando numa aparência global moderna e elegante.

No interior, embora compartilhem a mesma arquitetura básica, o ACross possui um design de painel de instrumentos e acabamentos específicos da Suzuki, oferecendo uma experiência de condução diferenciada, num SUV que deixou uma excelente impressão durante os dias em que rodámos em todas as situações de uma utilização regular para uma família ou para deslocações profissionais em que o ritmo de utilização foi sempre mais elevado.

ensaio: Jorge Reis/LusoMotores
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